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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Eleições: Palco e Cortina

A perspectiva da política por parte do eleitor é uma. E a do político é outra.
O eleitor constrói suas convicções a partir dos discursos e propaganda do político. Dá até pra falar em “discurso-propaganda”.
Assim como um vendedor quer bater sua meta de vendas, o político quer bater sua meta de votos, caso contrário, não se elegerá.
O candidato quer votos e, para isso faz mais ou menos como faz um vendedor, ou seja, busca persuadir o “eleitor-comprador” através de técnicas de discurso e propaganda.
Então como posso saber se o que o meu candidato diz é verdade, ou mera propaganda?
Existe o conceito de propaganda enganosa, no sentido de que se promete ou propaga uma coisa e se entrega outra. Porém numa análise psicológica, toda propaganda induz ao engano. Nenhuma propaganda vai direto ao ponto, nas entre linhas, todas prometem que seu produto trará algum beneficio psicológico; felicidade, autoestima, segurança etc. Mas na prática, não é bem assim.
O que percebemos sobre política e políticos é o que nos mostram. Mas e o que não nos mostram?
Como são os bastidores? Como é atrás da embalagem bonita e sedutora? O que estão fazendo os políticos quando não estão expostos ao publico?
Políticos são os produtos a serem consumidos pelos eleitores. Serão estes condizentes com suas embalagens?
Com este texto, pretendo convidar o leitor a refletir sobre a complexidade do tema. Não tenho respostas. Seria muita pretensão de minha parte.
Gostamos muito das certezas, lutamos para nos convencer de que estamos certos no que pensamos, por outro lado, ignoramos que o conhecimento de fato é produto das perguntas. A dúvida antecede o saber.
É fácil perceber o que está no palco, mas não o que está por detrás das cortinas.

Diego Gutierrez Rodriguez
CRP:06/75564

quarta-feira, 26 de setembro de 2018


Ouvir e Escutar

Ouvir é receber o estimulo do som, que pode ser de uma fala, uma música, ruído etc, sem necessariamente se prestar atenção. Se não quero ouvir, posso tampar meus ouvidos ou me afastar do estimulo sonoro.
Escutar é, além de ouvir, prestar atenção no que está sendo dito, no sentido de compreender. Compreensão esta que se dá primeiramente com o acolhimento da pessoa que fala, e do que este fala, evitando interrupções de maneira a deixar que a fala do falante flua.
É preciso reflexão e pensamento.  Se não estou entendendo o que o outro fala, pergunto, não como mera interrupção, mas como um recurso no processo de entendimento.
Psicoterapeutas, por exemplo, são treinados para também compreender o que está nas entrelinhas do que seus pacientes falam.
Escutar pode ser difícil e muitas vezes é mesmo. Especialmente quando nos falam sobre aquilo que não queremos saber. Escutar pode ser uma grande exigência psicológica para quem o faz, afinal o assunto pode ser perturbador ou simplesmente irritante.
Escutar exige de quem o faz, um escurar-se a si mesmo, pois preciso saber o que está acontecendo comigo quando estou escutando o que o outro fala. O que estou sentindo? Estou relaxado? Com raiva? Medo? E assim por diante.
Quando se escuta deve-se também evitar prever a fala do outro, ou seja, não se deve tentar adivinhar.
Julgamentos então nem se fala. Um julgamento sobre aquilo que o outro está dizendo pode simplesmente fazer com que não haja mais fala. Cuidado!
Só haverá fala quando houver escuta. E se não houver fala haverá o oculto. E o oculto, pela ausência de fala-escuta, achará outro meio de se manifestar. E geralmente através da manifestação de doenças psíquicas ou até mesmo orgânicas.
Fale-te a ti mesmo, escuta-te a ti mesmo. Dialogue internamente, reflita, compreenda. Esses são passos para desenvolver a escuta.
Quer ter mais diálogos reveladores e libertadores com seus filhos, cônjuges e amigos? Se sim, então desenvolva a fala e a escuta.
Desafie-se! Escute, e mudanças virão.


Diego Gutierrez Rodriguez
CRP 06/75564