Uma das coisas mais do que inúteis que se pode
ter como postura psicológica, é a vitimização.
Vitimar-se é mais do que
imprestável, é corrosivo! Mas se isso é tão inútil e insalubre, por que então as
pessoas chafurdam na lama? Por que se embaralham, se enrolam em arame farpado?
A explicação que mais faz sentido na
vitimização é a do ganho secundário. A lógica é mais ou menos assim: quanto
mais vitima eu for, alguém ou alguma coisa vai se sensibilizar e vir me
socorrer.
O ganho secundário estaria em
receber um afago de alguém, um "jogar de confetes". Mas o problema é
que quanto mais preciso da pena do outo, mais dependente e miserável me torno.
Parafraseando Sartre; não importa o
que fizeram com você, e sim o que você vai fazer com isso.
Se sentir vítima como uma primeira
reação a alguma tragédia é até comum, mas é preciso ter uma duração não muito
longa. Quando o sentimento de vítima se prolonga, estamos participando para que
nosso sofrimento continue indefinidamente. Estamos, portanto, nos vitimizando.
E ai, o que você vai fazer?