Na inveja, maioria das vezes inconscientemente, a pessoa sente a angústia do não possuir. É a angústia de sentir-se desprovido de algo. Essa angústia incomoda, e quando não trabalhada, a pessoa possuída de inveja entende que o que lhe causa o desconforto da angústia é o outro, é o fora e não o dentro.
Então a pessoa com inveja começa a atacar o outro ainda que internamente. “Aquele sujeito não é simpático nada, é um exibido e metido a besta”, pensa o invejoso. Ou em casos mais graves passa a atacar o outro explicitamente com maledicências e intrigas e às vezes de forma violenta e persecutória.
O invejoso faz vítimas, mas ele é sem dúvida a primeira delas. Ele é vítima de si mesmo, pois não tem maturidade emocional o bastante para lidar de forma construtiva com a angústia do não possuir. O invejoso não é o dono do que sente, e sim refém do que sente.
Existem diferenças entre ser invejoso e sentir inveja. O invejoso pensa em apenas destruir o objeto que lhe faz perceber a própria angústia do não possuir.
Quando sentir inveja pense que esta pode ser sua oportunidade de aprimoramento, desde que se entenda que o que realmente o incomoda não é o fato do outro ter ou ser alguma coisa, mas sim a própria sensação de não ter ou ser. O sentimento é seu e é isso que incomoda.
Se não tenho ou não sou, e isso me incomoda, devo fazer alguma coisa construindo e não destruindo.