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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sobrenatural (Parte III)

               “A mágica só funciona porque as pessoas querem e precisam acreditar que se trata de uma coisa real”. Essa frase foi dita pelo mágico e ilusionista Eisenheim interpretado por Edward Norton no filme “O Ilusionista”.
            O pensamento mágico é um processo mental que exclui a razão e a lógica, assim certas causas são conseqüências de fatos que não possuem nenhuma ligação entre si. Como é o caso das chamadas simpatias. Tal pratica se trata de uma “lógica mágica”.

Vemos um exemplo de lógica mágica em uma simpatia para tratar a calvície:
           Em uma noite de Lua Nova junte alguns fios caídos de cabelo de sua cabeça, guarde-os em uma caixinha ou qualquer outra coisa, e então enterre-os a sete centímetros em um terreno qualquer que esteja exposto ao tempo. Quando for Lua Crescente vá até o local onde enterrou os cabelos, então diante do lugar, repita sete vezes a frase: “logo despontarás, serás grande e forte, meu couro cabeludo será fértil como as margens do Nilo, onde tudo cresce”.
No primeiro dia de Lua Cheia vá até o local onde estão enterrados os cabelos e desenterre-os, jogue-os diretamente na terra e repita a sete vezes a frase mágica: “agora tuas terras são banhadas pela força vital que nutre e fará tudo crescer forte e em abundância”.  Feito dessa forma, os cabelos deixarão de cair e novos surgirão.

Contudo o pensamento mágico não deve ser interpretado como algo concreto, antes deve ser considerado como linguagem simbólica. No caso da simpatia citada acima, se realmente funcionar, terá sido pelo poder de auto-sugestão e não por uma relação de fatores mágicos.
Nos rituais e frases mágicas estão presentes os fatores de sugestão. A hipnose conhece bem o poder que as sugestões têm de levar o psiquismo do hipnotizado a criar sintomas físicos como a anestesia por exemplo.
Está na força das sugestões o poder de um feiticeiro de efetivamente amaldiçoar um membro de sua tribo. É sob o poder das sugestões e da crença que o amaldiçoado adoece, se envolve em situações de perigo e até mesmo morre. É o que nos mostra o antropólogo Lévi-Strauss em sua obra “O Feiticeiro e Sua Magia”.
O Efeito Placebo é um outro exemplo sobre o poder de sugestão e crença, pois se um paciente ingere um comprimido de farinha tendo sido dito a este pelo médico que se trata de um anti alérgico muito eficaz, é muito provável que os sintomas desapareçam.
A partir do fenômeno do Efeito Placebo, da sugestões e da crença podemos explicar a eficácia dos elixires e poções mágicas preparadas pelos feiticeiros e xamãs.

Diego G. Rodriguez
Psicólogo
CRP:06/75564

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