
De acordo com a antropologia e psicologia, o ser humano é o único ser vivo consciente de que um dia irá morrer.
A questão da morte, sempre foi extremamente angustiante para nós humanos. O sentimento gerado por essa questão sempre rendeu diversas produções, ou seja, estamos falando que em face da inevitável idéia de morte o ser humano cria.
Atualmente a ciência trata de produzir temas ligados a questão da morte. A medicina, por exemplo, procura adiá-la o máximo possível através de novas técnicas, terapias, medicamentos, dietas, etc.
Porém a questão do fim já era explorada há muito mais tempo, através dos mitos, ritos, artes e religiões.
De acordo com a teoria do psicólogo Carl G. Jung, a questão da morte (como conceito) é arquetípica, isto é, acompanha-nos desde nossos ancestrais e está impressa em nosso inconsciente coletivo, e por isso tanto nos fascina e nos aterroriza. Daí algumas de nossas produções artísticas, religiosas, cientificas e mitológicas.
O trágico acidente do Airbus da companhia Air France, ocorrido há poucos dias, é uma típica fatalidade que atinge diretamente esse arquétipo de morte em nosso inconsciente.
Interessamos-nos em acidentes dessa proporção justamente porque nos coloca diante do arquétipo de morte e do imaginário de que poderia ou poderá ocorrer conosco ou com algum ente querido. Podemos citar, a exemplo, as declarações de passageiros de outros vôos logo após o acidente, todos eles expressam medo, angustia e tensão.
Estamos falando de um acidente de morte em massa. Durante milhares de anos estivemos expostos a tragédias de massa, doenças, tempestades, terremotos, enchentes, erupções de vulcões etc.
Em tempos modernos temos mais um tipo de tragédia de massa, os acidentes aéreos, e com ele novas configurações em nosso imaginário de morte.
Mesmo sabendo racionalmente que os acidentes aéreos são raros, e que estatisticamente, ocorrem mais mortes decorrentes de acidentes de transito, acidentes aéreos nos chocam muito mais. Talvez porque, em uma queda de avião comercial, como Airbus A330 da Air France, acontecem várias mortes de uma só vez.
Diria então, que um acidente como esse da Air France se compara a uma pandemia, ou a outra catástrofe que envolva mortes em massa. Assim esse tipo de fatalidade de massa nos comove muito mais, e ativa com muito mais vigor nosso imaginário, funcionando como a ignição de nosso arquétipo de morte em massa. Daí uma espécie de sintomatização global de medo.
Diego Gutierrez Rodriguez
Psicólogo
CRP: 06/75564
Olá Diego
ResponderExcluirQto tempo... espero q esteja tudo bem por ai..
Muito legal vc fazer um blog
A morte é talvez uma das coisas mais aterrorizantes pra nós... simplismente pq não tem explicação do que realmente vai acontecer.. nada? tem algo além? será que haverá um reencontro?
Ficará sempre a saudade, a espera, a dúvida...e até mesmo o medo.....
Um abraço
Fique com Deus
Saudades de vc
Graziella