
A corrida em termos de equipamento exige pouco; um par de tênis adequado e roupa apropriada para o clima.
A prática freqüente de corrida trás muitos benefícios a saúde tanto física quanto psicológica. Entre os benefícios físicos destacamos as melhoras cardíaca, respiratória, musculares e ósseas. Quanto ao psiquismo citamos as melhoras das funções cognitivas (pensamento, memória, raciocínio etc.) e afetivas (humor, criatividade etc.)
A prática de corrida faz com que nosso cérebro produza maior quantidade de endorfinas (logo após o exercício), substância responsável pela sensação de prazer e bem estar. Para se ter uma idéia da importância da endorfina alguns tipos de depressão de origem bioquímica cerebral ocorrem justamente pela falta desse neurotransmissor.
É sempre aconselhável que antes de se iniciar uma atividade física se procure um profissional capacitado em realizar uma avaliação física, para saber se existe algum tipo de limitação como a cardíaca por exemplo. Todos temos limites, até o mais preparado dos atletas de elite, portanto respeitar os próprios limites é de fundamental importância.
A prática de corrida regular traz muitos benefícios, muito mais do que os descritos acima, porém pode se transformar em algo altamente prejudicial ao corpo e ao psiquismo se praticada de forma inadequada e exagerada.
Hoje se fala em dependência em atividades físicas, existem diversos estudos que procuram entender esse fenômeno.
Existem diferentes denominações para essa dependência como: dependência positiva (Glasser), a qual traria benefícios físicos e psíquicos ao dependente, dependência negativa (Morgan), cujo exagero na prática de exercícios traz prejuízos físicos e mentais, compulsive jogging (Lyons e Cromey) assim o dependente além do exagero da prática de exercícios apresenta sintomas de disfunções alimentares e dependência de exercício (DeCoverley Veale) por considerar esse comportamento similar a qualquer outro tipo de dependência.
Para se ter uma idéia existe até mesmo uma escala para medir se um corredor é ou não dependente, se sim e o quanto é. Trata-se da Escala de Dependência de Corrida de Hailey e Bailey.
Podemos inferir que parte da dependência de corrida está no neurotransmissor endorfina. Corredores amadores e atletas de elite relatam que quando por algum motivo têm suas práticas de corrida interrompida se sentem irritados, culpados e depressivos. Algo semelhante a uma síndrome de abstinência.
A dependência fica clara quando o praticante de atividade física (no nosso caso a corrida ou jogging) mesmo doente e ou com algum tipo de lesão sai para correr. Alguns dependentes desmarcam compromissos ou mesmo os evita para treinarem e acabam por se isolar socialmente. Em casos extremos a dependência de corrida é tanta que chegam a terminar relacionamentos amorosos, a afastarem-se da família e dos amigos para se dedicarem exclusivamente à corrida.
A corrida praticada de forma adequada melhora nosso estado de humor, qualidade do sono, funções metabólicas, previne doenças, melhora nossa memória, raciocínio, auto-estima, relacionamentos interpessoais, diminui o estresse e assim por diante.
A corrida ou jogging pode trazer inúmeros benefícios à saúde tanto física quanto psíquica, mas deve ser praticada sempre com moderação.
Sentir necessidade de treinar em excesso pode ser sinal de que algo de psicológico não vai bem.
Fica a questão: o que realmente o motiva a calçar um par de tênis e sair para correr?
“A diferença entre o veneno e o remédio está na dose” – Paracelso.
livro, Diego G. Rodriguez
CRP:06/75564